A galeria de exposições do Mercado Velho de Tondela recebe, a partir de amanhã, o III Internacional School Cartoon Festival, o único festival de cartoons no mundo que é organizado por uma escola, em parceria com um município.
Nesta iniciativa - que tem a Escola Secundária de Molelos (Agrupamento de Escolas de Tondela Cândido Figueiredo) como promotora, contando com a colaboração do Município de Tondela – estarão patentes trabalhos de humor gráfico de alunos e artistas de 25 países.
Cerca de 400 alunos assistiram à performance poética e musical «Camões é um poeta rap», trazida a Tondela pela companhia de teatro Arte Pública, de Beja. A interpretação esteve a cargo de Luís Amaro, apoiado, nos efeitos cénicos, por Ivan Castro.
As quatro sessões do espetáculo decorreram no Auditório Municipal, nos dias 23 e 24 de janeiro, e reuniram alunos da Escola Secundária de Tondela, da Escola Secundária de Molelos, da Escola Profissional de Tondela e da Escola Básica da Lajeosa do Dão.
A organização coube à Biblioteca Municipal Tomaz Ribeiro, em articulação com a Rede de Bibliotecas de Tondela.
Foi com esta performance que se encerraram as atividades destinadas aos alunos do 9º ao 12º ano e do ensino profissional, apresentadas sob o mote «Janeiro Cultural – Ler é uma Festa».
Luís Vaz de Camões, o grande poeta da Língua Portuguesa, foi apresentado numa perspetiva inovadora e cativante através dos ritmos rap e hip-hop.
A sua vida foi contada com realismo e sensibilidade, com ligações constantes à contemporaneidade, para fazer compreender ao público jovem quem foi Camões. «Tal como vocês não são só estudantes, também Camões não foi só poeta», afirmou o performer Luís Amaro.
Efetivamente, Camões foi um homem com sonhos e projetos, um homem resiliente, destemido e cheio de emoções, ao qual a sorte não bafejou. «Príncipe dos azares» lhe chamaram alguns.
Exílios, difamações, um olho perdido na guerra, a morte da amada, a quase perda d’«Os Lusíadas» num naufrágio e a miséria em que chegou a viver levaram o poeta a amaldiçoar a hora e o dia em que nasceu. Apesar de toda esta tragicidade, não desistiu e produziu uma obra vasta e genial que, 500 anos depois, é lida, apreciada e muitas vezes incompreendida.
E é esta incompreensão que a Arte Pública pretende dissolver com a performance «Camões é um poeta rap», encenada por Gisela Cañamero. «Alma minha gentil, que te partiste», «Amor é fogo que arde sem se ver», e «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades» foram alguns dos sonetos musicados e interpretados, a par de várias estrofes d’«Os Lusíadas».
A Biblioteca Municipal de Tondela acolheu, na tarde dia 18 de janeiro, o workshop “Marionetas de Luva”, dinamizado pela associação Teatro e Marionetas de Mandrágora.
Participaram cerca de 20 crianças, entre os 6 e os 10 anos. A missão recebida foi acolhida com entusiasmo: criar uma marioneta a partir de uma meia, utilizando tesouras, fitas, botões, lãs e outros adereços. Para dar-lhe vida, bastava que a criança “vestisse” as mãos e os antebraços com a marioneta, o que explica o nome: marioneta de luva.
Na segunda parte da atividade, o desafio foi criar uma história com as marionetas. Foi o momento do “Teatro a Meias”. A meias porque, por um lado, cada história foi inventada e apresentada por um par de crianças, por outro lado, porque as marionetas foram feitas com meias.
Tratou-se de mais uma atividade desenvolvida no âmbito do projeto “Sábados na Biblioteca”, que tem por objetivo promover os espaços e a missão cultural e educativa da Biblioteca Municipal Tomaz Ribeiro junto do público infantojuvenil.
O Som dos Livros desta semana é um hino a um grande Nobel da Literatura, preparado com a mestria de quatro jovens de 15 anos, desafiados por dois exímios professores.
Num intervalo entre aulas e com apenas dois ou três ensaios o Artur (guitarra), a Mariana (voz), o Gustavo (piano) e a Maria João (flauta transversal) juntaram-se à Prof.ª Elisa (voz) e ao Prof. Nunes (guitarra e voz) e fizeram a sua própria versão de Blowin'in the Wind de Bob Dylan.
Bob Dylan - Nobel da Literatura em 2016 - escreveu uma das músicas mais emblemáticas de todos os tempos. "Blowin'in the Wind" foi escrita em 1962 e lançada no seu segundo álbum de estúdio The Freewheelin' Bob Dylan, em 1963. Embora tenha sido descrita como uma canção de protesto, ele coloca uma série de perguntas retóricas sobre a paz, a guerra e a liberdade. O refrão "The answer, my friend, is blowin' in the wind" (literalmente "a resposta, meu amigo, está soprando no vento") tem sido descrita como "impenetravelmente ambígua: ou a resposta é tão óbvia que está direta em seu rosto, ou é tão intangível quanto o vento".
Desenvolvido no âmbito do projeto "O Som dos Livros" aqui apresentado é, também, a prova que cada vez mais o ‘Ensino Não Formal’, mesmo que dentro da tradicional escola, pode ser a chave para a motivação e sucesso dos alunos, repleto de aprendizagens transdisciplinares.
Um agradecimento ao Luis Viegas (ACERT) que fez a gravação e edição da música.
Pode ouvir este programa AQUI ou escolher outro episódio AQUI.
Terminou nesta segunda-feira a série de encontros literários entre Carlos Cruchinho e Óscar Sánchez Requena, respetivamente autor e ilustrador do livro de poesia «Inquietações», e os 250 alunos do 9º ano do concelho de Tondela.
Foram quatro encontros, nos dias 13, 15 e 20 de janeiro, distribuídos pela Escola Secundária de Tondela, pela Escola Secundária de Molelos e pela Escola Básica do Campo de Besteiros.
Organizados pela Biblioteca Municipal Tomaz Ribeiro, em articulação com a Rede de Bibliotecas de Tondela, estes encontros integram um calendário mais alargado de atividades, apresentado sob o mote «Janeiro Cultural – Ler é uma Festa», destinado aos alunos do 9º ao 12º ano e do ensino profissional.
Partindo da obra «Inquietações», o último trabalho de ambos, as conversas tocaram assuntos tão diversos como a leitura, a literatura, o que move e inspira o indivíduo e a (re)descoberta do Mundo e de cada um de nós.
Cruchinho, com um ar provocador, gosta de dizer que escreve desde a primária para sublinhar que qualquer um pode escrever sem a preocupação de ficar perfeito. O grande marco, continua, é a publicação, porque é nessa altura que os escritos, até então privados, deixam de pertencer ao autor para pertencer ao leitor.
«Inquietações» é o segundo livro de poesia que publica. Um evento feliz que teve início num momento doloroso: o internamento de um filho no Hospital de São Teotónio, em Viseu.
Ali reúne poemas recentes e outros maturados, escritos há anos, onde sobressaem as referências à família e às questões que marcaram a atualidade. «Há que ter sensibilidade para os outros», salienta.
E esse é o significado do título, «Inquietações»: é sentir para não ficar indiferente ao Mundo. Daí, também, o coração na capa. O ilustrador Óscar Sánchez Requena explica que simboliza os sentimentos e o facto destes nos deixarem irrequietos.
No poema «E se fosse eu», Cruchinho coloca-se na posição do refugiado que deseja chegar à Europa e tem de decidir o que levar na mochila para partir. Já em «Amadurecer» revisita os sintomas da velhice, experienciados na primeira pessoa, e, em «Coup de Foudre» recorda o momento em que conheceu e se apaixonou pela esposa.
O autor homenageou ainda as gentes do Caramulo e do Campo de Besteiros com a leitura de dois poemas inéditos: «Guardiãs das Cruzes», numa alusão à Festa das Cruzes, e «Bem Comum», sobre o benemérito João Almiro.
Em jeito de conselho, Cruchinho pediu duas coisas aos alunos. Primeiro, para arriscar a fazer, pois só assim se autoconhecerão realmente. Segundo, para ler mais e mais para desenvolver ideias próprias e aprender como comunicá-las e defendê-las.
Licenciado no ensino de Português, de História e Ciências Sociais, Carlos Cruchinho é professor no Agrupamento de Escolas de Oliveira de Frades. Escritor premiado na I Edição do Concurso Literário de Prosa e Poesia, promovido pelo Festival Serranias, colabora com a Revista de Animação Sociocultural de Viseu – Anim’Arte, de Viseu, e desenvolve vários projetos na área do Teatro.
Óscar Sánchez Requena, espanhol nascido em Barcelona e crescido em Madrid, reside atualmente no concelho de Tondela. Para além de ilustrador, é fotografo e desenvolve trabalhos na área da publicidade. Trabalhou para várias editoras, destacando-se a RBA e a Hearst Magazines España.